A complexidade da vida nos leva a questões e reflexões profundas em
busca de um sentido sólido.
Desde o surgimento da dúvida, a morte vem a ser um dos maiores enigmas
que desafiam o racionalismo humano.
O que seria afinal, a morte?
Apenas um processo natural pelo qual todos os seres vivos estão
fadados a passar?
Essa explicação traz apenas o sentido biológico para algo que vai além
da nossa capacidade de observação e compreensão.
A morte é um medo.
Não um medo que nos é inerente, pois
acredito eu, não se nasce conhecendo-a, mas um medo cultivado
ao longo do tempo.

Não apenas a própria imortalidade, mas principalmente a das pessoas a que se ama profundamente.
Afinal, quem nunca desejou ter sempre por perto os entes queridos, as
pessoas que lhe ensinaram o que é a vida, e que passaram os melhores e piores
momentos ao seu lado.
A perda de um ente querido nos ensina o quanto a morte é indesejável,
e ao mesmo tempo inevitável.
Diferentes culturas trabalham um conceito de vida após a morte.
Talvez tenha esse hábito o intuito de confortar a dor da perda.
Talvez tenha esse hábito um intuito de restringir as pessoas enquanto
vivas, levando-as a uma reflexão quanto as causas e conseqüências de suas
ações.
Talvez tenha esse hábito o intuito de simplesmente comportar algo que
jamais compreenderemos verdadeiramente.
Compreender que mesmo após a morte, um ser vivo continua a ser peça
importante em um processo de transferência de matéria e energia, não completa a
lacuna deixada por aquele que se foi.
A dor da perda é uma verdadeira lástima.
Covardia essa da vida, nos aproximar de pessoas e torná-las queridas,
e depois levá-las embora sem uma explicação absoluta.
A um ano atrás perdi uma das pessoas que mais amei nesse mundo, mesmo
sem saber como demonstrar corretamente isso.
Dedico essa reflexão e o seguinte poema a essa pessoa que me ensinou
boa parte do que eu preciso para me tornar uma pessoa digna e integra.
Hoje o que é saudade,
foi um dia uma doce realidade.
Definir saudade é definir uma dor.
É um sentimento puro,
uma ferida que cicatriza na memoria,
e fica assim,
marcada para sempre.
Mas nem o para sempre é eterno,
talvez o sempre seja curto demais,
apenas enquanto houver vida,
até quando o ar me for necessário,
lembrarei de ti.
Depois disso descubro,
se ainda existe sentimento,
se ainda existe dor,
se do necessário ainda necessito,
se a eternidade é correlacionada com o infinito,
o valor de meus valores.
Mas se a incógnita ainda restar,
espero por ti,
para me explicar tudo novamente.
Adorei a reflexão Flavio!!
ResponderExcluiré triste perder quem amamos, mas não há como lutar contra isso....entonces..aproveitamos cada instante que temos com as pessoas que amamos para que quando forem, não nos sentimos culpados.
Seu blog esta fabuloso! Digno de ficar oras lendo-o e refletindo. Já esta nos meus favoritos.
Parabéns!
Dayane
Que bom que esta gostando do Blog Dayane... :D, fico feliz que estejas acompanhando.
ResponderExcluirA morte jamais sera algo aceitável, por mais justificável e compreensível que ela seja.
Aproveitar cada momento com as pessoas que amamos e o ideal, mas o ideal e sempre o impossível também...infelizmente. :(
Sentir-se culpado, ter aquela ponta de remorso não ajuda na superação da dor da perda, e por mais que não demonstremos, as pessoas que amamos, sempre sabem, de alguma maneira que esse sentimento acontece.