Immanuel Kant (1724-1804) |
Kant diz que o caminho para a “maioridade” é muito complexo, principalmente em conta do apego do ser com seu estado inferior. Assim, poucos conseguem se desvencilhar desse caminho e seguir seguramente no estágio superior. Esse caminho é o chamado esclarecimento, e eis que entra o uso da razão. Vê-se, portanto que o conceito de autonomia está diretamente vinculado à capacidade de autodeterminação a que todo sujeito racional é capaz. Ou seja, ser senhor dos seus atos, de suas ações, de si mesmo, de não ser determinado por nenhum interesse externo à sua vontade enquanto pensar e agir de modo autônomo. Portanto, ser livre para Kant, é permitir ser governado pela razão.
Baseado nisso, uma das teorias conspiracionistas que mais chama a atenção quando o assunto é intelectualidade global é a da idiocracia programada. Segundo sua premissa, o quarto poder (a mídia) e o sistema do estado influenciam as pessoas a involuir, de maneira que a comunidade fica cada dia mais "burra". Isso se dá pelo princípio da alienação, e estaríamos todos a mercê dessa revolução de nível planetário. Isso funciona como uma maneira de esconder os fatos relevantes através da imagem de fatos sem informação, sem conteúdo. Um exemplo bem claro disso aconteceu a semanas atrás, enquanto o julgamento do mensalão acontecia, a massa se preocupou em saber o que aconteceria na novela das oito. E enquanto o povo brasileiro vota para gerar alguns milhões de reais em prol do "solidário" Criança Esperança, a emissora fatura quase quatro vezes mais do que isso somente em um paredão do reality Big Brother Brasil. Dessa forma, a população fica sempre desinstruída, sem rumo, modelada da maneira que os manipuladores quiserem.
Sob esse fato, em 2006 foi feito um filme chamado Idiocracia. Trata-se de uma sátira social em que os protagonistas hibernam por 500 anos e acordam em uma sociedade muito menos intelectual. Ta aí a dica, vale a pena assistir e tirar conclusões próprias sobre o assunto.
Por mais radical que possa parecer a teoria, seus princípios são bem baseados no que encontramos na atualidade. Porém, existe uma boa parcela de pessoas que se fazem prestativas quanto a educação e ensino, um ser esclarecido, que tem seus próprios pensamentos e é capaz de desenvolver um senso crítico acerca das leis humanas, e o faz com alento. Kant valorizava esse ser, e o definiu como um sujeito que faz o correto uso da razão, o ser que vive na maioridade.
Olá, galera! Eu sou Paulo Gimenez, ex-aluno e amigo do Flávio e novo moderador deste blog bacana. Este foi o meu primeiro post oficial, e gostaria de dar créditos ao meu amigo e colega Lucas Oliveira, que contribuiu no texto. A partir de agora espero continuar postando sobre assuntos relacionados a fatos científicos e que sejam, no mínimo, curiosos. Até a próxima!
Muito boa divagação Paulão. Concordo muito quando faz uma relação entre a autodeterminação da pessoa (autonomia) e o uso da razão.
ResponderExcluirO que acontece, é muito simples. Na era tecnocentrica que nos encontramos, tudo ficou cômodo. As pessoas não lêem mais livros e livros para se fazer uma pesquisa para a escola ou faculdade (isso quando se le alguma coisa), pois já tem tudo mastigado na “infernet”. As áreas de estudo tornam-se cada vez mais específicas, e um profissional hoje, não passa alguém especializado, podendo ele não entender de mais nada que interfira ou não em sua área de estudo.
“Para isso existem outros profissionais.” O pensamento da época infelizmente é esse.
Quanto a alienação, bem isso sempre existiu, por uma forma de governar o mundo, se torna mais simples, se houver manipulação da “massa”.
Isso acontece no trabalho, isso acontece na sua rua, isso acontece na padaria, mas notamo-la em maior intensidade quando ela é política. Vários fatores são usados para manipulação da sociedade, seja a novela das oito, ou a filha da Xuxa, ou o assassinato brutal da amante de um jogador de futebol...
Na maioria das vezes a alienação vem junto de um falso moralismo, como é o caso do criança esperança.
Enfim, Immanuel Kant (eu quero que Immanuel Kant...Não, pera) foi feliz ao trabalhar o termo do uso correto da razão humana, e relacioná-lo a pessoa que mostra-se centrada no que diz respeito a busca incessante pelo conhecimento e formação do pensamento crítico a cerca daquilo que envolve o mundo.