Aproveitando
o dia que postarei a música da semana, deixo aqui um conto sobre um dos estilos
musicais mais influentes.
Nem toda
história possui um final feliz.
Isso é
característico de contos infantis, onde a magia e a fantasia são trabalhadas
para construir a fé e a esperança. Essa história não é um conto de princesas
que são salvas por príncipes, ou cavaleiros que despertam belas adormecidas.
Eram meados
da década de 1940 e o velho Blues, assolado pelas transformações que vinham a
ocorrer em sua época estava cansado.
Apresentava freqüentes acessos de raiva e loucura, seus amigos Jaz,
Folk e Música clássica tentavam reconfortá-lo, mas sem sucesso.
Seu país havia ganho a guerra, mas ele Sabia que outra já estava por
vir. Conhecia as tendências da espécie
humana, sabia que formas distintas de governar o mundo gerariam disputas
desenfreadas, rivalidades, pois onde existia ganância jamais existiria paz.
Foi a aproximação com uma jovem dançante, que trouxe de volta para
Blues a esperança perdida.
Seu nome era Country, e os dois eram separados pela diferença de
estilo. Mas era época de mudanças, e a distinção se transformara no próprio
encanto, que logo evoluiria para paixão.
Da união entre Blues e Country, nascia um belo garoto que viria a conquistar
o mundo e as gerações. Seu nome era Rock.
Em conseqüência do tempo, Rock crescia e a sua rebeldia crescia junto
de si.
Rebeldia e estilo, que a princípio não eram muito aceitas no meio em
que foi criado.
Com grande influência de Blues, Rock tornara-se idealista, fez
publicidade e percorreu o mundo oferecendo seus produtos.
Divulgou produtos como a revolução, que poderia mudar o rumo que as
coisas tomavam.
Sua maleabilidade contribuía para que adaptasse facilmente os produtos
a ideais de vida e costumes de uma geração. Oferecia a anarquia como solução
para grupos onde a indignação e revolta contra o sistema predominavam. Oferecia
a liberdade, como o produto ideal da paz.
Mais tarde, Rock seria taxado como uma influência para o consumo de
drogas e as pessoas relacionariam seu estilo de vida com palavras fortes e
impactantes. Sexo, drogas e rock n’ roll.
Ao longo dos anos, conheceu diversas culturas, cada qual com uma
bandeira, uma maneira de enxergar o mundo e, com isso acabou por tornar sua
maneira de ser muito diversificada, criando várias personalidades de acordo com
o contexto dos variados grupos com as quais trabalhava.
Alguns obscuros em demasia, o que fazia com que Rock divulgasse
produtos como a morte e o medo.
Sua identidade passou a ser comparada ao satanismo e Rock começou a
divulgar um outro produto. A depressão.
Com o tempo, Rock foi perdendo seu brilho, talvez por deixar de
procurar o produto certo a oferecer, ou talvez por não mais encontrar ideais
dignos a serem cortejados por seus formidáveis produtos.
Talvez ele apenas esteja adequado a bandeira contemporânea, pobre em
perspectivas e pouco utópica. Talvez ele esteja morrendo lentamente por
desgosto.
Talvez tenha apenas adormecido, para recompor suas energias, a espera
de um momento propício para voltar a viver.
Que conto fera, bicho! Curti muito mesmo! :D
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