quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

De um conto sobre o Rock.


Aproveitando o dia que postarei a música da semana, deixo aqui um conto sobre um dos estilos musicais mais influentes.
Nem toda história possui um final feliz.
Isso é característico de contos infantis, onde a magia e a fantasia são trabalhadas para construir a fé e a esperança. Essa história não é um conto de princesas que são salvas por príncipes, ou cavaleiros que despertam belas adormecidas.
Eram meados da década de 1940 e o velho Blues, assolado pelas transformações que vinham a ocorrer em sua época estava cansado.
Apresentava freqüentes acessos de raiva e loucura, seus amigos Jaz, Folk e Música clássica tentavam reconfortá-lo, mas sem sucesso.
Seu país havia ganho a guerra, mas ele Sabia que outra já estava por vir.  Conhecia as tendências da espécie humana, sabia que formas distintas de governar o mundo gerariam disputas desenfreadas, rivalidades, pois onde existia ganância jamais existiria paz.
Foi a aproximação com uma jovem dançante, que trouxe de volta para Blues a esperança perdida.
Seu nome era Country, e os dois eram separados pela diferença de estilo. Mas era época de mudanças, e a distinção se transformara no próprio encanto, que logo evoluiria para paixão.
Da união entre Blues e Country, nascia um belo garoto que viria a conquistar o mundo e as gerações. Seu nome era Rock.
Em conseqüência do tempo, Rock crescia e a sua rebeldia crescia junto de si.
Rebeldia e estilo, que a princípio não eram muito aceitas no meio em que foi criado.
Com grande influência de Blues, Rock tornara-se idealista, fez publicidade e percorreu o mundo oferecendo seus produtos.
Divulgou produtos como a revolução, que poderia mudar o rumo que as coisas tomavam.
Sua maleabilidade contribuía para que adaptasse facilmente os produtos a ideais de vida e costumes de uma geração. Oferecia a anarquia como solução para grupos onde a indignação e revolta contra o sistema predominavam. Oferecia a liberdade, como o produto ideal da paz.
Mais tarde, Rock seria taxado como uma influência para o consumo de drogas e as pessoas relacionariam seu estilo de vida com palavras fortes e impactantes. Sexo, drogas e rock n’ roll.
Ao longo dos anos, conheceu diversas culturas, cada qual com uma bandeira, uma maneira de enxergar o mundo e, com isso acabou por tornar sua maneira de ser muito diversificada, criando várias personalidades de acordo com o contexto dos variados grupos com as quais trabalhava.
Alguns obscuros em demasia, o que fazia com que Rock divulgasse produtos como a morte e o medo.
Sua identidade passou a ser comparada ao satanismo e Rock começou a divulgar um outro produto. A depressão.
Com o tempo, Rock foi perdendo seu brilho, talvez por deixar de procurar o produto certo a oferecer, ou talvez por não mais encontrar ideais dignos a serem cortejados por seus formidáveis produtos.
Talvez ele apenas esteja adequado a bandeira contemporânea, pobre em perspectivas e pouco utópica. Talvez ele esteja morrendo lentamente por desgosto.
Talvez tenha apenas adormecido, para recompor suas energias, a espera de um momento   propício para voltar a viver.

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