sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Da importância sustentável.


Pode um mundo dependente de um desenvolvimento massivo e acelerado “libertar-se” das conseqüências drásticas proporcionadas por um sistema ambicioso?
É fato que estamos na era da informação, e por mais paradoxal que isso possa parecer, o que esta escasso nos dias de hoje é a informação ideal. Imparcial.
Mas é fato também que em meio a um ambientalismo sensacionalista e manipulador existe uma preocupação real, sobre até que ponto pode ir a interferência humana sobre a natureza. O progresso sem dúvida tem seu preço, uma divida que assumimos e carregaremos por toda a existência.
Uma dívida que ultrapassa as fronteiras das gerações.
Um “legado maldito.”
O desenvolvimento é inevitável e necessário, uma necessidade que acaba por trazer a tona uma obrigação.
A consciência.
O que seria um desenvolvimento consciente?
Talvez uma adaptação responsável e adequada a uma boa qualidade de vida.
Entra assim, um conceito quase utópico e muito discutido atualmente.
 A sustentabilidade.
Em suma, a sustentabilidade expressa toda essa idéia de desenvolvimento com respeito e responsabilidade.
A noção de “desenvolvimento limpo” traz de volta a esperança perdida em um mundo corrompido.
Em 1992 foi realizada a conferencia das nações unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, também conhecida como ECO 92. Foi nessa etapa que o termo desenvolvimento sustentável criou forças.
O documento principal produzido foi a agenda 21, que visa um padrão de desenvolvimento ambientalmente racional.
Entre os temas abordados na conferência estavam recursos naturais, como ar e água, descarte adequado de materiais (reciclagem, reutilização e redução), transportes alternativos com a utilização de combustíveis menos poluentes, mas entre esses e outros, o que gerou maior impacto na discussão foi o tema mudanças climáticas.
A agenda 21 e a eco 92 realizaram a convenção das nações unidas sobre mudanças climáticas, e idealizaram um documento denominado de Protocolo de Quioto.
O Protocolo de Quioto estabelece metas para reduzir a emissão de gases poluentes que intensificam o efeito estufa. Entre esses gases se inclui principalmente o gás carbônico (CO2).
Em um mundo capitalista, um documento como esse não é visto como vantajoso por grandes potencias, uma vez que a partir dele um novo modelo de desenvolvimento teria que ser visto.
Por conta disso os Estados Unidos rejeitou o Protocolo de Quioto, e algumas “adaptações” acabaram por ser feitas, como a possibilidade de venda de créditos de carbono.
Ao meu ver isso foi feito para manter o desenvolvimento acelerado de grandes potencias, enquanto países que ainda não atingiram o auge de seu desenvolvimento, permanecem estacionados.
Uma adaptação tipicamente capitalista.
A revolução industrial, trouxe consigo o progresso, mas também uma nuvem negra.
Entre os problemas eminentes gerados por essa era de transformações, esta muito bem destacada a poluição.
A poluição abrange principalmente a contaminação da água e do ar atmosférico.
No que se refere a poluição atmosférica, não nos restringimos apenas ao efeito estufa, mas também a chuva ácida, provocada por certos poluentes como o enxofre e o gás carbônico que são diluídos na água das nuvens, precipitando assim substâncias tóxicas e corrosivas.
Destaco também um problema já praticamente sanado, mas que nos anos noventa foi o foco de muitas discussões, e preocupação.
 Em uma camada da atmosfera denominada de estratosfera, existe alta quantidade de um gás constituído por átomos de oxigênio (O2). O ozônio (O3).
O gás ozônio forma um tipo de barreira na estratosfera, absorvendo boa quantidade de radiação ultravioleta, que em alta concentração torna-se nociva, podendo provocar câncer de pele, gerar mutações genéticas...
Algumas substâncias como o CFC produzidas em laboratório e utilizadas em larga escala em produtos como refrigeradores, geladeiras, aerossóis, provocavam a destituição da molécula de ozônio, o que abria uma lacuna na estrutura protetora do nosso planeta. Esse buraco na camada de ozônio era mais intenso na Antártica.
Hoje algumas medidas foram tomadas para reduzir o impacto na camada de ozônio, como a substituição do CFC, pelo HCFC.
A destruição da camada de ozônio também pode contribuir para a aceleração no aquecimento, visto que uma maior taxa de radiação seria exposta ao planeta.
Outro assunto que merece ênfase em uma discussão sobre sustentabilidade são as matrizes energéticas, focando as fontes e o modelo de produção de energia.
O Brasil possui aproximadamente 90% do seu total de energia elétrica, gerada a partir da hidroeletricidade.
A água é considerada uma fonte de energia renovável, por ser um recurso natural, e a hidroeletricidade pode ser considerada uma forma de produção “limpa”.
Entretanto, falemos do limite de área devastada, e da recuperação dessa mesma área.
Seria mais viável ambientalmente, e até para geração de empregos, a construção de várias hidroelétricas pequenas, em diferentes pontos do país, do que a construção de um monstro, que devastaria uma imensidão, e não possibilitaria uma recuperação verdadeira daquela área.
Destaco também o melhor aproveitamento de fontes alternativas em regiões onde há viabilidade, como a energia eólica, por exemplo.
O ano de 2012 foi marcado por uma polêmica. A reformulação do código florestal, o que aumentaria a quantidade de área de mata nativa que pudesse ser degradada para posterior utilização agrícola e pecuária.
O nosso país já possui grande extensão de área mal aproveitada, não sendo mais necessário o desmatamento para tais práticas, e sim, uma reutilização da área já existente.
Desde 1992, a cada 10 anos é realizada uma conferencia das nações unidas para discutir o tema meio ambiente e desenvolvimento.
Em suma, isso é feito para rever a agenda 21, e elaborar novos acordos “sustentáveis.”
A Rio mais 20, realizada em 2012, teve um resultado frustrante, visto que o tema sustentabilidade acabou por si só, saindo do foco principal das discussões.
É necessário compreender o mundo, e a necessidade que o mesmo tem do desenvolvimento.
Entretanto é ainda mais necessária a conscientização no que se refere a nossa interferência sobre os processos naturais do planeta.
Políticas ambientais existem para manter viva a ideia do desenvolvimento sustentável, tão necessário, e tão desconfigurado do sistema político econômico que move o mundo.

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