sábado, 29 de dezembro de 2012

Do ecocídio rapanui e da importância de preservar os recursos naturais

Eu já tinha um post escrito para hoje, mas aproveitando que o assunto do momento por aqui é sustentabilidade, vou falar um pouco sobre a história da Ilha de Páscoa e sua civilização sucumbida pela própria agricultura de caráter extremamente extrativista. Essa idéia surgiu de uma aula com o prof. PhD. Efraim Rodrigues, da UEL.

A Ilha de Páscoa é uma província chilena localizada na Polinésia oriental, descoberta em 1722 pelo navegador holandês Jakob Roggeveen. Este se viu impressionado ao embarcar na ilha pela presença das famosas estátuas de pedra gigantescas que por lá existiam, os moais. A presença de tais menires só poderia evidenciar que uma vasta população por ali deveria ter habitado, porém não era a situação da ilha. Conforme o tempo foi passando, a ilha começou a ficar mais deserta, e tal fato é explicado pela escassez de alimento.

Através de relatos de historiadores e arqueólogos, muita pesquisa foi feita sobre a província. Por muitos anos os nativos da Ilha de Páscoa, a civilização rapanui, praticaram uma agricultura que visava apenas o simples plantio e colheita do alimento, principalmente de batata-doce. Eles obtiveram fartas produtividades a princípio, visto que as terras da ilha eram férteis devido ao favorecimento da formação pedológica e derramamento basáltico dos vulcões. Porém, paradoxalmente, conforme a população da ilha aumentava a demanda por alimento também crescia e se tornava escassa, de maneira que a partir de um momento já não existia alimento para todos e a ilha ficava menos populosa. Além do alimento, a extração de madeira também aumentava, visto que os nativos precisavam construir mais casas e barcos. Dessa forma a terra ficava exposta as intempéries climáticas, resultando em graves problemas de erosão.

Seguindo esse manejo de âmbito completamente extrativista, uma série de fatores fez com que as terras rapanuis já não fossem mais férteis e com isso a população foi drasticamente reduzida.

A história é um semblante do que o mundo inteiro hoje pode passar futuramente se não cuidar de seus recursos naturais. A civilização rapanui não é muito diferente da civilização global, visto o uso intensivo das terras sem o devido manejo e também no descontrolado desmatamento de áreas ambientais, como bacias e biomas. Por tal são realizados programas, disciplinas, teses e demais estudos baseados no acompanhamento desses recursos, de conservação e preservação, que resultam em conferências e códigos como os vistos no post anterior.

Por mais que existam vertentes contra a teoria do ecocídio rapanui, como o surgimento de pragas trazidas por colonizadores e condições climáticas desfavoráveis, a premissa é bastante válida no sentido de abrir os olhos da sociedade extrativista e fazer com que busquem estratégias adequadas de manejo de suas terras, pois existe um grande potencial de produção das áreas agricultáveis de todo mundo que poderia ser explorado a vontade.

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