segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Da loucura de pensar.

Em meio a uma questão, me vejo em um dilema moral.
Acreditar ou conspirar?
Se acredito, aceito uma condição enquanto fato consumado.
Se conspiro, questiono o valor de tal condição, e não obstante, reenquadro outros conceitos e proponho uma realidade alternativa.
Realidade alternativa...
É, faz sentido.
Ou não.
É para fazer sentido?
Pode-se supor que sim.
Ou não.
Acreditar ou conspirar?
Aceitar ou questionar?
Refletir seria conspirar contra uma realidade coerente?
Ou seria, induzido pela razão, procurar a própria coerência de uma ideia duvidosa?
Fico com a segunda opção.
Ou não.
A reflexão propõe a dúvida.
Ou não.
A dúvida é o estímulo da razão.
Ou não.
Visto isso, suponho que eu prefira conspirar...
Ou não.
Maldito dilema.
Que transporta para dentro de mim a certeza de ser incerto o vago conteúdo aqui exposto.
A loucura da inexpressão de uma situação expressa sem razão.
A condição moral de um contexto certamente duvidoso.
O espaço restrito de um tempo impreciso de uma realidade indistinta.
Maldito dilema.
Ou não.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Da Música de Quinta #8

Bom, hoje é quinta e como de costume é dia de música no nosso humilde bloguito.
Decidi que o tema da música de hoje será a clássica e formidável Revolution, do inesquecível grupo Beatles.
O que é a revolução?
Em suma a palavra pode ter vários significados, como no ramo astronômico que esta ligada ao movimento de corpos celestes no espaço.
Mas aqui na música em questão ela tem um sentido total de mudança, transformação.
A luta pela retirada de um poder ditador e opressor, a mudança de conceitos e costumes ligados a uma cultura, a própria transformação da sociedade decorrente da bandeira jovem de uma geração.
A revolução é o direito a reivindicação, é a mobilização de uma camada da sociedade que se percebe em estado de prejuízo.
Quando criança eu presenciei o primeiro processo de Impeachment da América Latina.
Esse o processo ocorreu em 1992 e caracterizou-se pela renuncia obrigatória do então presidente Fernando Collor de Mello por conta de esquemas de corrupção e trafico de influências.
Foi convocada uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso, que acabou por confirmá-lo.
Durante a investigação da CPI, a população foi as ruas, em geral jovens com rostos pintados pela palavra "FORA COLLOR".
Foi o movimento conhecido como "caras pintadas".
Mas é claro que além disso, a palavra revolução também esta associada ao termo guerra.
A reorganização de um estado e mudança no regime político pode trazer consequências drásticas em um mundo onde predomina o sistema capitalista.
Um dos nomes mais famosos ligado a revolução armada  é o de Ernesto Rafael Guevara de la Serna (Che Guevara).
Che Guevara foi um dos lideres da revolução cubana nos anos 50, do qual estabeleceu um regime "comunista" no país.
Impulsionado pela ideia de luta armada revolucionária, ele instalou guerrilheiros em países da América Latina e foi capturado e morto pelo exercito boliviano em 1967.
Muito embora seja por alguns considerado um herói, rebelde, de espírito incorruptível, é visto por outros como criminoso, responsável por assassinatos em massa, e até mal gestor como ministro da industria (devido a sua própria visão política anticapitalista).
Revolução é a ideologia de um povo que começa a desabrochar.
É o espírito de luta que floresce na "alma" e liberta a mente.
Mas cada transformação atinge seu ápice e o extremismo acaba por levar a uma outra necessidade de mudança.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Da expressão do inexpressivo.

E nasce o sentimento, se estende noite a dentro, fantasiando a minha alma que de cético eu questiono a possibilidade de existir. 
Quão provável seja a existência da alma, pensamento platônico, que a fugaz ilusão trabalha em mim.
Voltemo-nos ao sentimento, esse sim, de concreto logo penso a existência como fato tão consumado quanto o desejo de compreender de incompreensível que é.

Incompreensível sentimento que se estende noite a dentro e fantasia o que questiono realmente existir.

Atormenta-me a mente, enigma real, faz-me confuso frente ao fato de que já não sei quem sou.
Me rouba, faz-me em pedaços, e leva a consciência que o bom senso de perdido apodreceu.
Já nasceu o sentimento, obscuro e impreciso, se estende noite a dentro, na perfeita expressão do inexpressivo, paradoxa sensação.
Já me esqueço de pensar, sentimento, desloca-me a razão, transporta-me ilusão para onde jamais me imaginei estar.
Incompreendida expressão da  inexpressiva sensação que toma a razão.
Dicotomia da quimera ilusão.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Do modelo de ensino e seu papel formador.


Bom, eu sei que hoje não é quinta e assim não é o dia da música da semana, mas quero aproveitar o tema para abordar também esse clássico do rock progressivo dos anos 70.
A educação é uma base de formação civil e intelectual pelo qual o indivíduo deve passar.
O racionalismo humano traz a tona uma organização social complexa, o que exige das pessoas esse processo contínuo de moralização adequado a transformação de um conjunto de ordens imposto nessa organização.
A isso da-se o nome de cidadania.
A exerção da cidadania esta ligada portanto a adequação do indivíduo a vivência social, mas também a capacidade do mesmo em transformar o sistema ao qual esta submetido, e é dever da família e do estado promoverem esse processo de formação e adaptação.
Com base nisso e nos processos de ensino e aprendizagem, a escola tem o papel fundamental de preparar o indivíduo para a vida. Para o mundo.
O sistema de ensino apresenta diferentes tendências que se ramificam em vertentes relacionadas ao modelo sócio-econômico de uma cultura propriamente dita.
A música em questão, muito boa e clássica da banda Pink Floyd faz uma crítica ao modelo tradicional pedagógico.
Esse sistema pedagógico em suma é voltado a simples adequação do indivíduo dentro de uma  sociedade de classes.
Por conta disso é visto como uma forma de alienar a “massa” uma vez que restringe o processo de ensino a preparação do indivíduo a desenvolver um papel na sociedade que no geral é baseada na propriedade privada dos meios de produção.
Sendo assim esse é um modelo propriamente capitalista, pois segue uma tendência pedagógica liberal.
A educação tradicional no geral transmite a imagem do professor como mentor, dono do saber, e o educando enquanto ouvinte e aprendiz.
No início dos anos 60, Paulo Freire deu início a uma tendência pedagógica progressista.
Enquanto a pedagogia liberal propõe a adaptação do indivíduo a sociedade de classes, a pedagogia progressista pressupõe também uma análise crítica do sistema capitalista.
Dentro desse modelo o aluno não tem mais o simples papel de ouvinte, mas de colaborador no processo de ensino, e por de alguma forma fazer com que o aluno pense, e desenvolva um senso crítico essa pedagogia é também chamada de “ libertadora”.
Mesmo com a mudança de ideais que ocorrem ao longo do tempo, a pedagogia liberal ainda apresenta grande influência como modelo de ensino, sempre deixando transparecer o sistema predominante que governa o mundo.
Nos últimos tempos a educação brasileira tomou um outro rumo, cobra-se mais das instituições de ensino (em especial o ensino público), do que da própria família quanto a formação dos jovens.
Isso é o reflexo mais claro de uma inversão de valores eminente.
O professor nesse caso toma caráter de um profissional multifuncional, o que contribui para uma desvalorização da classe e consequente decadência da qualidade do sistema de ensino no país.
Por conta dessa inversão de valores, a temática é um sistema de ensino público integral, onde o jovem passará maior quantidade do tempo na escola do que na própria casa, junto dos pais.
Sem falar que a estrutura e o modelo no país esta muito longe do adequado para comportar um sistema de ensino público integral.
Esse é o mesmo modelo de educação que “empurra” o aluno para frente, sem que o mesmo tenha recebido a preparação adequada para encarar a sociedade com olhos analíticos e questionadores.
É mais fácil governar pessoas submissas, do que subversivas.
Uma educação baseada na quantidade de pessoas formadas, e não na qualidade de formação.
Um sistema baseado em números, que combate o analfabetismo, com o “analfabetismo funcional”, que transforma a escola em uma espécie de refugio e entretenimento para o aluno, e não um ambiente de trabalho e aprendizagem.
Viver em meio a essa realidade faz o professor sentir-se escravo de um sistema manipulador e reacionário,  o que o leva a desilusão de uma carreira idealizada com sonho e expectativa.




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Da Música de Quinta #7

Hoje, sem delongas, a Música de Quinta é um dos grandes clássicos da história da música dos últimos tempos, e na minha opinião, sem medo de errar ao afirmar isso, a melhor música do mundo.

Enfim, aproveitem essa dança de ritmos e volumes que é considerada por vários a obra prima de Sirs Jimmy Page e Robert Plant, quarta faixa do lendário Led Zeppelin IV (claro, meu albúm favorito também).

"...And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul 
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold
And if you listen very hard
The tune will lead at you at least
When all are one, and one is all
To be a rock, and not to roll..." 
  Led Zeppelin - Stairway to Heaven (1971)


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Da ausência de inspiração.

Inspiração que já se foi,
dizia ela não mais voltar.
Deixou uma sombra de imaginação,
que foi embora sem desabrochar.
E da ausência resta o vazio,
obscuro, sombrio.
Vazio perpetuamente,
consome vazio o corpo frio.
Frio sem vitalidade,
vazio de inspiração.
Inspiração que já se foi,
deixando sóbrio de razão.
Agora escassa imaginação,
não escreve nada mais.
Perdida de razão,
a mente sem inspiração,
esvai aos poucos,
morre em vão.



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Da alternativa de Pascal em crer em Deus

Em muitas vezes existe um certo conflito entre ciência e religião no que se refere a existência ou não de uma uma entidade suprema que faz parte do modo de vida universal, desde a criação do universo até o fim dos tempos. Por um lado as evidências científicas indicam que o universo e a vida surgiram por teorias diversas que sempre remontam a bilhões e milhões de anos atrás, respectivamente. Tal fato contradiz as teorias criacionistas, como por exemplo a famosa história bíblica do livro Gênesis, do surgimento do mundo e dos animais em sete dias e da vida de Adão e Eva, por onde toda a humanidade surgiu.

Mas além do "alfa", existem também muitas especulações quanto ao "ômega". Na crença popular, após uma vida de dedicação as doutrinas religiosas uma pessoa ganha o direito de viver eternamente no reino dos céus, ou reencarnam em uma forma de vida relativa ao seu comportamento na vida anterior. Existem várias vertentes quanto a isso, de maneira que a maioria das crenças ocidentais é baseada na vida eterna, enquanto que as crenças orientais são mais voltadas ao princípio da reencarnação. Assim sendo, as primeiras são baseadas numa forma de vida linear, onde o reino de Deus é atingível (como o cristianismo e o judaísmo) e as orientais é baseada na forma de transição cíclica, onde as divindades são inatingíveis (como o budismo e o hinduísmo).

Pelo princípio da maior religião, que é o cristianismo, muitas pessoas se apegam a um dogma de vivência segundo os mandamentos de Deus passados aos seguidores de Cristo muito antes de seu nascimento por Moisés do Egito (Bíblia - livro Êxodo) e também aos ensinamentos do Filho, que foi o messias ou, em uma visão sabelianista o próprio Deus vivo que demonstrou a um grupo de discípulos como as pessoas deveriam agir para poder ascender ao reino dos céus após a morte. Esse grupo de discípulos e as escrituras sagradas fizeram parte da disseminação da ordem que hoje prolifera grande parte do mundo, a chamada Tradição Divina.

Em termos científicos, ao fim da vida o metabolismo cessa e consequentemente todas as funções corporais acabam, dando fim a vida ali, de maneira irreversível e plena. Porém não existem indícios de que a partir disto exista atividade extra corpórea, visto que esse é um assunto que a ciência não consegue explicar e fica fora de mão o uso da sua base mais fundamental, que é o experimento em si.

O físico e filósofo francês Blaise Pascal porém possuía uma tendência de pensamento que reunia as duas bases de pensamento, científica e criacionista. Utilizando dos seus princípios matemáticos de probabilidade, Pascal afirmava no seu livro Pensamentos (Pensées) que acreditar em Deus seria uma alternativa mais vantajosa do que não acreditar, ou seja, apostar que Deus existe é melhor do que apostar que Ele não exista. Segundo esse princípio, Pascal pensava na atribuição de valores, como segue:

- Se uma pessoa vive sem acreditar em Deus, e Ele não existir, ela morre certa, porém imparcial;
- Se a pessoa não acredita em Deus, e Ele de fato existir, ela morrerá errada e terá uma grande perda;
- Se a pessoa acredita em Deus, e Ele não existir, ela morrerá errada, porém imparcial;
- Se a pessoa acredita em Deus e Ele existir, ela morrerá certa e terá um grande ganho.

Pascal era teólogo e matemático também, e por tal afirmava que, em conclusão a sua tese, a probabilidade de Deus existir é em suma a mesma de não existir, porém as consequências favorecem a quem Nele acredita, ou seja, é mais vantajoso "apostar" na Sua existência.

Apesar disto, Pascal ali não considera a fé como uma vertente, o que é o princípio da base teológica, sendo a fé a crença em algo abstrato, apenas baseada na Tradição Divina e cultura em geral passada de geração em geração. Na verdade, o princípio de Pascal é basicamente uma "fé artificial", baseada inteiramente nas bases bíblicas da crença ou descrença que acarreta na vida eterna ou punição, respectivamente integradas as bases lógicas e matemáticas da probabilidade.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Da Música de Quinta #6


Atendendo ao pedido da minha amiga Dayane Priscila, prestigio vocês hoje com essa música do Tom Zé, enquanto música de quinta 6.
Honestamente conheço pouco em relação ao aspecto da arte do músico em questão, e não aprecio o samba, mas quero analisar aqui o conteúdo da letra em si.
Essa semana Paulo Gimenez nos presenteou com um belíssimo texto crítico-social escrito por George Carlin.
No texto George Carlin aborda um paradoxo evidente verificado na sociedade contemporânea.
Vemos aqui na música novamente o paradoxo como modelo de vida social.
A música é da década de 70, período da ditadura militar.
Tom Zé fez parte do movimento tropicalista, junto de grandes nomes da música popular brasileira que temos hoje, como Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Naquela época a música brasileira ficou consagrada com artistas como os tropicalistas, Raul Seixas, Geraldo Vandré, que mostravam nas letras a revolta e a indignação em relação ao sistema.
Letras que se apresentavam confusas por conta da omissão, mas que nas entrelinhas tinham por tendência levar a massa a reflexão, a partir da análise crítica, afastando assim o estado de alienação e abrindo os olhos a um sistema opressor.
Podemos observar isso no próprio refrão “eu to te explicando pra te confundir, eu to te confundindo pra te esclarecer, to iluminado pra poder cegar, eu to ficando cego pra poder guiar.”
Espero que gostem da música, e se não gostarem, apreciem ao menos a genialidade da letra nela inserida.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Do paradoxo do nosso tempo, por Carlin

George Carlin foi um exímio comediante norte-americano que passou a vida expressando suas opiniões acerca de vários pontos contraditórios do cotidiano dos cidadãos americanos e também sobre o quadro político nas décadas de 70 e 80, o que fez com que gerasse grande polêmica e por tal foi acusado várias vezes por falta de moral. Até os dias de hoje existem pessoas que o admiram ou que o odeiam. Hoje irei deixar aqui um texto de Carlin sobre o cotidiano que vivenciou enquanto vivo, e como esse é um blog de opiniões, fica aí a opinião desse grande nome da atualidade.

"Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios.
Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados.
Lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver.
Adicionamos anos a nossa vida, mas não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. 
Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma.
Dominamos o átomo, mas não o nosso preconceito.
Escrevemos mais, mas aprendemos menos.
Planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar, e não a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, mas nos comunicamos menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta.
Do homem grande, de caráter pequeno.
Lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios,
casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis,
das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva esse texto a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou deixar pra lá."

George D. P. Carlin
1937 - 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Da longevidade enquanto sonho e pesadelo.

Bom, essa não era uma intenção de post, mas pela manhã li no blog Beta Carinae (pra quem gosta de ciência, fica a dica) uma matéria que me despertou o interesse.
Trata-se de mais uma das peripécias da ciência em busca de aumentar o tempo de vida estimado para a espécie humana.
Cientistas da universidade da califórnia do norte foram capazes de aumentar em dez vezes o tempo de vida estimado para uma espécie de bactéria, e garantem que o método pode apresentar bons resultados também nos seres humanos.
O método se resume na manipulação genética e mudança na dieta, visando a ingestão de menor quantidade de calorias.
Segundo pesquisas, isso pode aumentar a expectativa de vida humana para 800 anos.
A biotecnologia é realmente uma área fascinante.
Com certeza esta nela a esperança de tratamento eficaz e cura para as mais diversificadas doenças que despertam o medo e a angustia, como doenças neurodegenerativas, câncer,  SIDA (prefiro referir-me assim ao falar da AIDS), trouxe a tona as vacinas como método eficaz para prevenção de doenças virais, além de transformar o mundo com a transgenia, clonagem, projeto genoma, e outras inovações que nos surpreendem  e nos prestigiam com o assombro de um futuro incerto.
A possibilidade de aumento da expectativa de vida humana é um tema deslumbrante.
Nele esta envolvido o nosso próprio desejo pela imortalidade.
Todos lá no fundo, guardam qualquer tipo de sensação em relação a imortalidade, seja ela desejo ou medo.
Todos lá no fundo desejam ter sempre por perto as pessoas que ama.
Quem nunca desejou ter uma vida mais longa, para que se pudesse fazer tudo o que planejou e idealizou?
Quem nunca desejou ter vivido em outros tempos, para presenciar acontecimentos formidáveis?
É...por essa perspectiva a longevidade seria uma dádiva.
Mas analisemos por um aspecto ético.
A Terra chegaria ao extremo de uma superpopulação, caso não houvesse um controle de natalidade rigoroso.
Sim, as crianças já não mais seriam donas do futuro, visto que a média de nascimentos deveria ser drasticamente reduzida.
Assim sendo, talvez viveríamos em um mundo carente da esperança infantil, dos sonhos, da fantasia...e mesmo assim, o controle populacional seria algo utópico.
Um controle de natalidade rigoroso apenas adiaria em algumas décadas o fardo de a Terra tornar-se um planeta superpopuloso.
E no decorrer das décadas, ainda existiria espaço para todos?
Quais seriam as alternativas?
A exploração espacial?
Como se lidaria com a questão do desemprego, que por tendência aumentaria em nível extremo, visto a média da população adulta do planeta?
Outros problemas eminentes seriam a poluição e a inevitável degradação dos diferentes ecossistemas, devido a necessidade de maior espaço para uma civilização desenfreada.
Com certeza a fauna e a flora pagariam um preço muito alto por um desleixe ambicioso.
Existiria alimento para todos?
Com certeza a teoria de Thomas Malthus se concretizaria em pouco tempo, visto que a produção de alimentos não acompanharia o índice populacional.
Doenças como a depressão cresceriam de forma tão acelerada e desordenada como a própria população.
O aumento do tempo de vida humano corresponderia sim a um progresso científico de grandeza imensurável.
Mas também nos toma a uma reflexão profunda sobre as causas e consequências de uma expectativa de vida tão longa.
Longevidade?
Um sonho?
Até que ponto?






domingo, 3 de fevereiro de 2013

De uma reflexão sobre fé e razão.


A moral se define na condição do indivíduo quanto ao aspecto do caráter, englobando seus princípios e valores de conduta.
Dentre outros fatores, acredito ser a fé uma das bases de sustentação moral.
A necessidade de crença reflete a própria carência de esperança, para encarar a vida dentro de um contexto existencial caótico.
A fé é um dos requisitos para fazer da existência algo tolerável.
É de costume determinar à consciência dois pontos de apoio. 
A fé e a razão.
Estima-se um equilíbrio entre os dois para um “bom funcionamento da consciência”, enquanto ferramenta fundamental para a índole da pessoa.
É claro que nesse aspecto, fé e razão acabam por tomar sentidos bastante distintos, e que necessitam de uma forma de concílio.
Entre a fé e o racionalismo situam-se duas maneiras diferentes de se lidar com o conhecimento, o que leva a divergência entre princípios científicos e religiosos.
Certas questões exigem maneiras específicas a ser trabalhadas.
Não acredito ser função da ciência realizar estudos para determinar a existência da alma, ou de anjos, ou mesmo de vida após a morte.
Tais questões fogem ao padrão empírico científico, e devem elas ser restritas ao lado espiritual, trabalhado pela fé.
Tanto o ceticismo como a alienação são extremos formados pela maneira errônea de se analisar e compreender a natureza das questões e dilemas morais que envolvem a vida.


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Do silêncio poético.


O silêncio se refaz.
Como um brilho que por magia penetra escuridão a dentro.
Como o barulho que ecoa no horizonte abismal.
Como o vento que soa,
transportador, 
digno natural.
O silêncio se refaz.
Refaz esperanças,
transforma sonhos.
Refaz um olhar.
Refaz um pensar.
Refaz o sono,
até o breve acordar.