segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Da alternativa de Pascal em crer em Deus

Em muitas vezes existe um certo conflito entre ciência e religião no que se refere a existência ou não de uma uma entidade suprema que faz parte do modo de vida universal, desde a criação do universo até o fim dos tempos. Por um lado as evidências científicas indicam que o universo e a vida surgiram por teorias diversas que sempre remontam a bilhões e milhões de anos atrás, respectivamente. Tal fato contradiz as teorias criacionistas, como por exemplo a famosa história bíblica do livro Gênesis, do surgimento do mundo e dos animais em sete dias e da vida de Adão e Eva, por onde toda a humanidade surgiu.

Mas além do "alfa", existem também muitas especulações quanto ao "ômega". Na crença popular, após uma vida de dedicação as doutrinas religiosas uma pessoa ganha o direito de viver eternamente no reino dos céus, ou reencarnam em uma forma de vida relativa ao seu comportamento na vida anterior. Existem várias vertentes quanto a isso, de maneira que a maioria das crenças ocidentais é baseada na vida eterna, enquanto que as crenças orientais são mais voltadas ao princípio da reencarnação. Assim sendo, as primeiras são baseadas numa forma de vida linear, onde o reino de Deus é atingível (como o cristianismo e o judaísmo) e as orientais é baseada na forma de transição cíclica, onde as divindades são inatingíveis (como o budismo e o hinduísmo).

Pelo princípio da maior religião, que é o cristianismo, muitas pessoas se apegam a um dogma de vivência segundo os mandamentos de Deus passados aos seguidores de Cristo muito antes de seu nascimento por Moisés do Egito (Bíblia - livro Êxodo) e também aos ensinamentos do Filho, que foi o messias ou, em uma visão sabelianista o próprio Deus vivo que demonstrou a um grupo de discípulos como as pessoas deveriam agir para poder ascender ao reino dos céus após a morte. Esse grupo de discípulos e as escrituras sagradas fizeram parte da disseminação da ordem que hoje prolifera grande parte do mundo, a chamada Tradição Divina.

Em termos científicos, ao fim da vida o metabolismo cessa e consequentemente todas as funções corporais acabam, dando fim a vida ali, de maneira irreversível e plena. Porém não existem indícios de que a partir disto exista atividade extra corpórea, visto que esse é um assunto que a ciência não consegue explicar e fica fora de mão o uso da sua base mais fundamental, que é o experimento em si.

O físico e filósofo francês Blaise Pascal porém possuía uma tendência de pensamento que reunia as duas bases de pensamento, científica e criacionista. Utilizando dos seus princípios matemáticos de probabilidade, Pascal afirmava no seu livro Pensamentos (Pensées) que acreditar em Deus seria uma alternativa mais vantajosa do que não acreditar, ou seja, apostar que Deus existe é melhor do que apostar que Ele não exista. Segundo esse princípio, Pascal pensava na atribuição de valores, como segue:

- Se uma pessoa vive sem acreditar em Deus, e Ele não existir, ela morre certa, porém imparcial;
- Se a pessoa não acredita em Deus, e Ele de fato existir, ela morrerá errada e terá uma grande perda;
- Se a pessoa acredita em Deus, e Ele não existir, ela morrerá errada, porém imparcial;
- Se a pessoa acredita em Deus e Ele existir, ela morrerá certa e terá um grande ganho.

Pascal era teólogo e matemático também, e por tal afirmava que, em conclusão a sua tese, a probabilidade de Deus existir é em suma a mesma de não existir, porém as consequências favorecem a quem Nele acredita, ou seja, é mais vantajoso "apostar" na Sua existência.

Apesar disto, Pascal ali não considera a fé como uma vertente, o que é o princípio da base teológica, sendo a fé a crença em algo abstrato, apenas baseada na Tradição Divina e cultura em geral passada de geração em geração. Na verdade, o princípio de Pascal é basicamente uma "fé artificial", baseada inteiramente nas bases bíblicas da crença ou descrença que acarreta na vida eterna ou punição, respectivamente integradas as bases lógicas e matemáticas da probabilidade.

5 comentários:

  1. Muito bom Paulaço, explanou muito bem sobre a possibilidade da existência de um Deus enquanto entidade suprema, embasando nos fundamentos e dogmatismo das diversas religiões.
    A fé é uma necessidade de se acreditar em algo. Uma necessidade que vai além do nosso próprio entendimento.
    A questão da existência de um Deus, ou mesmo de vida após a morte são relativas a fé, por fugir ao padrão empírico da base científica.
    A lógica de Pascal é baseada ao padrão de comportamento correto enquanto vivo, como forma preventiva, em relação ao que não se pode conhecer.

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  2. Caras, na boa, acho q os apntamentos lógicos são coerentes, mas sem considerar definições mais precisas do que é Fé e Justificação, por exemplo, o texto fica "manco". Existem, é claro, inúmeras evidências lógicas de que Deus exista, mas como o obejetivo do texto, ao que parece, era focar em Pascal, deixemos para outras oportunidades.
    Ps. Parei de acompanhar o blog, infelizmente. As aulas começaram com tudo e to no gáz de manhã, tarde, noite e sábado a tarde... rsrsrsrs Não dá tempo mesmo, nem de ler e nem de comentar muito...

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  3. Aooowww Vinyy, belesma cara?? Então velho, fé na verdade foi um tema discutido em outros posts (da fé e de seus conceitos, de uma reflexão sobre fé e razão), e esse post era na verdade realmente intencionado a um outro tipo de fundamento para se crer em Deus...rs
    Entendo, mas sempre que tiver um tempo acompanhe e comente o blog cara, gosto de discutir suas ideias. hehehe
    Grande abraço meu camarada!

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  4. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhh...e gás é com S...shauhsuahsasa

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