domingo, 30 de dezembro de 2012

Do conto existencial.


Há muitos anos atrás, nasceu uma garota chamada Existência.
Existência veio ao mundo com o fluir da vida, há bilhões de anos, mas só de uns duzentos mil anos para cá, é que ela vem tentada pela necessidade de conhecer a si própria.
Onde quer que vá, depara-se com uma questão agonizante:
“O que és, oh Existência?”
Em crise, Existência decidiu seguir viagem, em busca de respostas que lhe trouxesse o sentido que queria.
Em sua busca conheceu muitos aliados, que se caracterizavam em linhas de pensamento.
A Filosofia Antiga, que tentava ajudar dando-lhe a curiosidade sobre a natureza primeira das coisas, e chamando a isso de metafísica.
Encontrou culturas e religiões, como o Budismo que contava a Existência sobre a busca pela paz interior, e a relação entre o indivíduo e os fatores externos.
Sempre ouvira falar de paz, mas nunca entendeu a fundo o que seria ela realmente.
Alguma divindade? Um estado de consciência?
Budismo, falava muito de um indivíduo, um tal de Materialismo, que deveria ser preso por corromper a essência da vida.
A procura de sua verdade absoluta, Existência encontrou uma outra vertente filosófica, mais moderna essa, que conceituava o indivíduo como um todo. Seu pensamento, suas atitudes, seus anseios... Orgulhosa ela se autodenominava de Existencialismo.
Mas Existência queria algo maior.
Queria ela encontrar uma verdade única, e não apenas divergências de pensamentos entre épocas e culturas.
Queria ela entender a morte, a guerra, a miséria, e o crime.
Queria ela compreender de onde vinha a vontade de viver, em meio a tudo isso.
Junto dela caminhava sua escudeira. A Dúvida.
Existência se cansou de Dúvida, e resolveu dispensá-la.
Estava irritada demais, e Dúvida só aumentava aquela irritação.
Sentiu-se mais aliviada depois disso, e começou a analisar melhor cada coisa que havia aprendido em sua andança.
Contudo ainda sentia que Dúvida a perseguia, de alguma maneira.
Ela jamais deixou de sentir a presença de Dúvida, mas agora havia aprendido a manter controle sobre isso.
Certa vez, existência encontrou uma velha senhora.
Achava tê-la visto em muitos outros lugares, mas só agora vinham de encontro.
- Como vai, doce, mas impura Existência?
- Como sabes meu nome?
- Você me procura, mas ainda desconhece isso.
- Quem és?
- Aquilo que procuras.
- A resposta infindável, dona de minha angustia?
- Não sou uma resposta, sou aquilo que você precisa enxergar.
- Preciso de respostas, e não de uma visão aperfeiçoada.
- Tens respostas, mas não sabe o que fazer com elas.
Não segues um padrão.
Não procuras por um caminho.
- Se tivesse a resposta que preciso, não estaria eu incansavelmente procurando-a.
- O que queres encontrar?
- Quem és?
- Não vais sentir a paz, se não souber o que procuras.
- O que és a maldita paz?
- Aquilo que tu não tens.
- O que eu não tenho?
- As respostas que não procuras.
- Oh, miserável, deixai-me.
- Não a deixarei, por que precisas de mim.
- Não preciso de mais nada, talvez o que procuro não seja a resposta que idealizo, por essa não existir sozinha em um universo de sabedorias.
- E vais deixar de procurar?
- Não, vou continuar a minha busca, mas agora encaixando cada pedaço conveniente que eu considerar.
- Já deste um sentido para sua busca.
- Abriste meus olhos, mas e se minha busca cessar?
- Conheces minha amiga Perfeição?
- Muito praz...epa, o que é isso?
Não consigo tocá-la.
- A perfeição não se materializa, és ela uma ilusão. Não podes tocá-la, mas podes senti-la.
Procure-a e sua busca jamais cessará.
- E por que devo buscar algo que sei que não encontrarei?
- Você não sabe, és burra o bastante para continuar a tentar tocá-la, veja...
E assim sendo, o seu sentido, o seu propósito jamais morrerá.
A velha senhora saia, quando Existência voltou a lhe indagar:
- Quem és?
A velha senhora virou-se dizendo:
- Aquilo que todos procuram, mas não percebem quando estou em pequenas coisas. Me pensam como divindade, que esta em tudo, mas sou parcial, e nunca algo pleno.
Se me queres, terás que aprender a dividir com outras sensações, e saber como tornar-me válida em meio a elas.
- Compreendo... acho. Talvez seja como a...FELICIDADE??????
- Muito prazer.
Existência segue, rumando o horizonte, ainda procurando pela compreensão de si própria.
Tenta desvendar a morte, mas antes quer entender a vida.
Tenta compreender a guerra, agora que já conhece o conceito de paz.
E assim, deu ela ao menos um sentido ao que procura.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Do ecocídio rapanui e da importância de preservar os recursos naturais

Eu já tinha um post escrito para hoje, mas aproveitando que o assunto do momento por aqui é sustentabilidade, vou falar um pouco sobre a história da Ilha de Páscoa e sua civilização sucumbida pela própria agricultura de caráter extremamente extrativista. Essa idéia surgiu de uma aula com o prof. PhD. Efraim Rodrigues, da UEL.

A Ilha de Páscoa é uma província chilena localizada na Polinésia oriental, descoberta em 1722 pelo navegador holandês Jakob Roggeveen. Este se viu impressionado ao embarcar na ilha pela presença das famosas estátuas de pedra gigantescas que por lá existiam, os moais. A presença de tais menires só poderia evidenciar que uma vasta população por ali deveria ter habitado, porém não era a situação da ilha. Conforme o tempo foi passando, a ilha começou a ficar mais deserta, e tal fato é explicado pela escassez de alimento.

Através de relatos de historiadores e arqueólogos, muita pesquisa foi feita sobre a província. Por muitos anos os nativos da Ilha de Páscoa, a civilização rapanui, praticaram uma agricultura que visava apenas o simples plantio e colheita do alimento, principalmente de batata-doce. Eles obtiveram fartas produtividades a princípio, visto que as terras da ilha eram férteis devido ao favorecimento da formação pedológica e derramamento basáltico dos vulcões. Porém, paradoxalmente, conforme a população da ilha aumentava a demanda por alimento também crescia e se tornava escassa, de maneira que a partir de um momento já não existia alimento para todos e a ilha ficava menos populosa. Além do alimento, a extração de madeira também aumentava, visto que os nativos precisavam construir mais casas e barcos. Dessa forma a terra ficava exposta as intempéries climáticas, resultando em graves problemas de erosão.

Seguindo esse manejo de âmbito completamente extrativista, uma série de fatores fez com que as terras rapanuis já não fossem mais férteis e com isso a população foi drasticamente reduzida.

A história é um semblante do que o mundo inteiro hoje pode passar futuramente se não cuidar de seus recursos naturais. A civilização rapanui não é muito diferente da civilização global, visto o uso intensivo das terras sem o devido manejo e também no descontrolado desmatamento de áreas ambientais, como bacias e biomas. Por tal são realizados programas, disciplinas, teses e demais estudos baseados no acompanhamento desses recursos, de conservação e preservação, que resultam em conferências e códigos como os vistos no post anterior.

Por mais que existam vertentes contra a teoria do ecocídio rapanui, como o surgimento de pragas trazidas por colonizadores e condições climáticas desfavoráveis, a premissa é bastante válida no sentido de abrir os olhos da sociedade extrativista e fazer com que busquem estratégias adequadas de manejo de suas terras, pois existe um grande potencial de produção das áreas agricultáveis de todo mundo que poderia ser explorado a vontade.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Da importância sustentável.


Pode um mundo dependente de um desenvolvimento massivo e acelerado “libertar-se” das conseqüências drásticas proporcionadas por um sistema ambicioso?
É fato que estamos na era da informação, e por mais paradoxal que isso possa parecer, o que esta escasso nos dias de hoje é a informação ideal. Imparcial.
Mas é fato também que em meio a um ambientalismo sensacionalista e manipulador existe uma preocupação real, sobre até que ponto pode ir a interferência humana sobre a natureza. O progresso sem dúvida tem seu preço, uma divida que assumimos e carregaremos por toda a existência.
Uma dívida que ultrapassa as fronteiras das gerações.
Um “legado maldito.”
O desenvolvimento é inevitável e necessário, uma necessidade que acaba por trazer a tona uma obrigação.
A consciência.
O que seria um desenvolvimento consciente?
Talvez uma adaptação responsável e adequada a uma boa qualidade de vida.
Entra assim, um conceito quase utópico e muito discutido atualmente.
 A sustentabilidade.
Em suma, a sustentabilidade expressa toda essa idéia de desenvolvimento com respeito e responsabilidade.
A noção de “desenvolvimento limpo” traz de volta a esperança perdida em um mundo corrompido.
Em 1992 foi realizada a conferencia das nações unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, também conhecida como ECO 92. Foi nessa etapa que o termo desenvolvimento sustentável criou forças.
O documento principal produzido foi a agenda 21, que visa um padrão de desenvolvimento ambientalmente racional.
Entre os temas abordados na conferência estavam recursos naturais, como ar e água, descarte adequado de materiais (reciclagem, reutilização e redução), transportes alternativos com a utilização de combustíveis menos poluentes, mas entre esses e outros, o que gerou maior impacto na discussão foi o tema mudanças climáticas.
A agenda 21 e a eco 92 realizaram a convenção das nações unidas sobre mudanças climáticas, e idealizaram um documento denominado de Protocolo de Quioto.
O Protocolo de Quioto estabelece metas para reduzir a emissão de gases poluentes que intensificam o efeito estufa. Entre esses gases se inclui principalmente o gás carbônico (CO2).
Em um mundo capitalista, um documento como esse não é visto como vantajoso por grandes potencias, uma vez que a partir dele um novo modelo de desenvolvimento teria que ser visto.
Por conta disso os Estados Unidos rejeitou o Protocolo de Quioto, e algumas “adaptações” acabaram por ser feitas, como a possibilidade de venda de créditos de carbono.
Ao meu ver isso foi feito para manter o desenvolvimento acelerado de grandes potencias, enquanto países que ainda não atingiram o auge de seu desenvolvimento, permanecem estacionados.
Uma adaptação tipicamente capitalista.
A revolução industrial, trouxe consigo o progresso, mas também uma nuvem negra.
Entre os problemas eminentes gerados por essa era de transformações, esta muito bem destacada a poluição.
A poluição abrange principalmente a contaminação da água e do ar atmosférico.
No que se refere a poluição atmosférica, não nos restringimos apenas ao efeito estufa, mas também a chuva ácida, provocada por certos poluentes como o enxofre e o gás carbônico que são diluídos na água das nuvens, precipitando assim substâncias tóxicas e corrosivas.
Destaco também um problema já praticamente sanado, mas que nos anos noventa foi o foco de muitas discussões, e preocupação.
 Em uma camada da atmosfera denominada de estratosfera, existe alta quantidade de um gás constituído por átomos de oxigênio (O2). O ozônio (O3).
O gás ozônio forma um tipo de barreira na estratosfera, absorvendo boa quantidade de radiação ultravioleta, que em alta concentração torna-se nociva, podendo provocar câncer de pele, gerar mutações genéticas...
Algumas substâncias como o CFC produzidas em laboratório e utilizadas em larga escala em produtos como refrigeradores, geladeiras, aerossóis, provocavam a destituição da molécula de ozônio, o que abria uma lacuna na estrutura protetora do nosso planeta. Esse buraco na camada de ozônio era mais intenso na Antártica.
Hoje algumas medidas foram tomadas para reduzir o impacto na camada de ozônio, como a substituição do CFC, pelo HCFC.
A destruição da camada de ozônio também pode contribuir para a aceleração no aquecimento, visto que uma maior taxa de radiação seria exposta ao planeta.
Outro assunto que merece ênfase em uma discussão sobre sustentabilidade são as matrizes energéticas, focando as fontes e o modelo de produção de energia.
O Brasil possui aproximadamente 90% do seu total de energia elétrica, gerada a partir da hidroeletricidade.
A água é considerada uma fonte de energia renovável, por ser um recurso natural, e a hidroeletricidade pode ser considerada uma forma de produção “limpa”.
Entretanto, falemos do limite de área devastada, e da recuperação dessa mesma área.
Seria mais viável ambientalmente, e até para geração de empregos, a construção de várias hidroelétricas pequenas, em diferentes pontos do país, do que a construção de um monstro, que devastaria uma imensidão, e não possibilitaria uma recuperação verdadeira daquela área.
Destaco também o melhor aproveitamento de fontes alternativas em regiões onde há viabilidade, como a energia eólica, por exemplo.
O ano de 2012 foi marcado por uma polêmica. A reformulação do código florestal, o que aumentaria a quantidade de área de mata nativa que pudesse ser degradada para posterior utilização agrícola e pecuária.
O nosso país já possui grande extensão de área mal aproveitada, não sendo mais necessário o desmatamento para tais práticas, e sim, uma reutilização da área já existente.
Desde 1992, a cada 10 anos é realizada uma conferencia das nações unidas para discutir o tema meio ambiente e desenvolvimento.
Em suma, isso é feito para rever a agenda 21, e elaborar novos acordos “sustentáveis.”
A Rio mais 20, realizada em 2012, teve um resultado frustrante, visto que o tema sustentabilidade acabou por si só, saindo do foco principal das discussões.
É necessário compreender o mundo, e a necessidade que o mesmo tem do desenvolvimento.
Entretanto é ainda mais necessária a conscientização no que se refere a nossa interferência sobre os processos naturais do planeta.
Políticas ambientais existem para manter viva a ideia do desenvolvimento sustentável, tão necessário, e tão desconfigurado do sistema político econômico que move o mundo.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Do retorno a inocência.


Depois de pensar muito (ou não), decidi que seria essa a música da semana.
Não sei ao certo dizer o porquê.
Pode ser por conta da semana de natal, e pela aproximação de um novo ano.
Retornar a inocência parece ser voltar a ver tudo o que perdeu seu sentido ao longo do tempo.
Voltar a encarar uma época do ano com a alegria e entusiasmo de antes, sem correr o risco de taxar tudo isso de hipocrisia.
Mas o que é a inocência?
Talvez o telescópio da infância.
Sim, uma virtude de criança.
Aquela que permite ir ao longe da magia e fantasia.
Aquela que coordena a imaginação.
Aquela que faz do mundo um lugar melhor.
Que varre a sujeira para debaixo do tapete.
Mas o que é uma virtude de criança pode vir a tornar-se um defeito na vida adulta.
Ela não esta mais adequada a mentalidade adulta e nem a realidade, que precisa ser vivida e encarada.
Perder a inocência faz-nos sentir mais pobres por dentro talvez, entretanto, é necessário entender que a vida é feita de fases, e cada fase é representada por uma capacidade que perde uma parte de sua razão posteriormente.
Sim...apenas uma parte.
Como diz a música, lá no fundo ainda existe uma parte do que já não mais deixamos transparecer.
Uma essência.
Retomar o nosso verdadeiro eu pode ser uma busca mais complexa do que se pode imaginar.
Talvez seja a nossa própria natureza, e assim o nosso verdadeiro eu, mudar.
Talvez deixamos de transparecer, justamente por não encontrar mais o encaixe perfeito ao nosso mundo, que agora é visto de outra maneira.
Talvez a busca adequada seja a compreensão do que fomos ao que nos tornamos.
Talvez a inocência ainda exista na vida adulta. Mas com um outro molde.
Um molde específico para aquela realidade que foi varrida para debaixo do tapete.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Da curiosa lenda do xadrez

Um dos jogos mais antigos e intrigantes do mundo é o xadrez. Passível de fortalecer o intelecto e a agilidade do jogador, este se faz presente no cotidiano do público clássico que varia de enxadristas profissionais até os mais leigos no assunto que buscam se entreter nas horas de tédio. Sim, pois a partir do momento em que uma pessoa sabe das regras dos movimentos, ela própria é capaz de moldar o jogo segundo seu raciocínio.

O objetivo do jogo é mover as peças em seu respectivo sentido de maneira a derrubar a peça mais importante do adversário: o rei. Porém, para isso, o jogador precisa bolar uma estratégia sensata para que o seu próprio rei não fique a mercê de um ataque do adversário. A fim de tornar as coisas mais interessantes, no jogo existem peças de vários movimentos e valores determinados, e isso faz com que o esquema de jogabilidade se torne um dos mais complexos dentre qualquer tipo de jogo, afinal a possibilidade de jogadas é de uma ordem tamanha que seria quase o dobro do número total de átomos existentes no universo!

A alguns meses, um dos meus professores da faculdade nos contou sobre a lenda do xadrez, e de tal fato achei muito interessante. Conta a lenda que na Índia antiga existia um rei que vivia angustiado pela perda de um dos seus filhos na guerra. Sobre isso, um peregrino indiano chamado Lahur Sessa se apresentou ao rei com um presente: um jogo onde se encontravam um tabuleiro com 64 casas pretas e brancas e peças que representavam a corte inteira do soberano. Segundo Sessa, com isto o rei seria capaz de encontrar a paz de espírito.

Como recompensa, o rei concedeu ao inventor qualquer coisa que lhe fosse pedido. Com isto, Sessa pediu "apenas" que o rei lhe desse um grão de arroz referente a primeira casa do seu tabuleiro, e que dobrasse a quantidade conforme se avança as casas. Espantado com tamanha modéstia do jovem brâmane  o rei lhe ofereceu um saco de arroz, visto que seria muito mais do que o simples pedido do rapaz. Porém Sessa fez questão e exigiu que a quantidade deveria ser exata, nem um grão a menos e nenhum a mais.

Portanto, o rei pediu a seus matemáticos que calculassem o valor total e com isso ficaram todos surpresos. Acontece que existem 64 casas no tabuleiro, e a ordem de Sessa era que a cada casa a quantidade de grãos de arroz fosse duplicada, partindo da primeira, que era de um grão. Dessa forma, a conta ficaria na ordem de (2^64) - 1 grãos de arroz, cujo resultado total é de 18.446.744.073.709.551.615, ou seja, mais de 18 quintilhões de grãos de arroz no total.

Vamos dar uma analisada neste número. O arroz é o terceiro cereal mais produzido no mundo, perdendo apenas para o milho e o trigo. Segundo a FAO - Food and Agriculture Organization - a produção mundial de arroz na safra 2011/12 foi de 460 milhões de toneladas. Partindo do princípio que o arroz possua em média um peso de 1000 sementes referente a 30g, o valor referente ao pedido de Sessa seria de aproximadamente 553.402 milhões de toneladas. Fazendo as contas, a dívida do rei seria pagar a Sessa a ATUAL produção mundial total durante 1203 anos, é mole? O brâmane, sabendo que obviamente não haveria formas para satisfazer o pedido perdoou a dívida do rei. Porém, por sua inteligência, Sessa foi convocado para ser o primeiro vizir do reino.

Se fato ou mito, esta história é bastante curiosa e muito divagada pelo mundo dos jogadores de xadrez, e existem muitas variações por aí. Pra quem ainda não conhece ou não tem o costume, fica aí a dica de um jogo bacana para exercitar a mente e afastar o tédio.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Da epístola de natal.

Em respeito a data de hoje, mesmo não a comemorando há tempos, posto aqui um poema que escrevi alguns anos atrás.

Papai noel,
Se for verdade...
Traz de volta,
Os amigos que perdi,
Por negligência própria.

Papai noel,
Só se for verdade...
Eu quero um mundo,
Onde predomine a paz,
Como o maior princípio da humanidade.

Papai noel,
Mas se for verdade...
Que governem esse mundo,
Com base na honestidade.

Papai noel,
Eu quero ser justo,
Ser paciente e fiel,
Se fores verdade...
Papai noel.

E papai noel,
Se for verdade...
Não quero o consumismo,
Acima da moralidade.

Papai noel,
Ainda quero pedir,
E se for verdade...
Que a fantasia transmita a todos,
A mesma esperança e felicidade.

Papai noel,
Se for verdade...
Quero a ética,
Conduzindo a sociedade.

Oh papai noel,
Se for verdade...
Traga também a utopia,
Como a mais digna realidade.
Se for de verdade...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Do legado científico.

O que é a ciência?
Qual o seu propósito no mundo?
Um dos princípios dessa fascinante área é a transformação do mundo, a partir da expansão do conhecimento.
Baseada na análise e observação dos fatos que envolvem o ambiente, ela leva esse conhecimento para a prática, tornando-o uma parte essencial da vida cotidiana. A isso damos o nome de tecnologia.
A tecnologia conforta a sociedade, deixando as coisas mais cômodas e fáceis, o que também pode ter seu lado negativo.
O comodismo nos torna dependentes demais de um mundo em contínuo desenvolvimento.
Certos valores acabam por ser deixados de lado, acelerando e interferindo nos processos naturais do planeta.
No século XX o físico alemão Albert Einstein idealizou a técnica de produção de energia a partir da fusão atômico/nuclear, indiretamente ele estava conduzindo o desenvolvimento da mais letal arma utilizada posteriormente, na segunda guerra mundial.
Não se deve condenar o desenvolvimento tecnológico, pois ele é inevitável, mas deve-se controlar a sua velocidade. A tecnologia deve andar junto da responsabilidade de sua utilização pela humanidade.
Além disso, é graças a ele que temos hoje o desenvolvimento de áreas fundamentais, como a medicina.
Além do desenvolvimento e transformação do mundo, a ciência também contribui para a busca da compreensão de tudo o que nos cerca.
Até mesmo um desenvolvimento limpo, toma um caráter mais real, a partir do conhecimento e da busca pela necessária sustentabilidade.
A ciência busca inicialmente na observação e análise dos fatos, pontos chave para se criar hipóteses sobre o funcionamento de um determinado fenômeno.
A partir dai, experiências são realizadas, para avaliar a coerência das hipóteses levantadas em relação a explicação de tais fatos.
É nesse ponto que nasce uma teoria.
Uma teoria é baseada em dados que possam aproximá-la visivelmente de uma realidade.
Da mesma forma que ela ganha coerência a partir desses dados, ela também pode perdê-la, a medida que novos achados, e descobertas são feitas.
Entretanto, a ética de tais experiências pode ser questionada quanto a sua metodologia.
As pesquisas com animais em laboratório já foi necessária, mas em um mundo com tal desenvolvimento apresentado hoje, fontes alternativas para as pesquisas devem ser estudadas.
Diz-se que a filosofia é o berçário científico.
Isso pelo fato de ela trazer de volta a tona questões já formuladas e idealizadas.
A filosofia reconstrói um princípio já formado, e reformula a sua coerência.
Por conta disso, a sua aceitação é difícil.
Certos princípios podem perder sua base dentro de uma cultura, quando questionado o fundamento de seu valor.
A ciência transforma a sociedade, transforma o cotidiano e muda a rotina.
Um conservadorismo tratado e consumido pela ignorância científica traz o medo desse progresso.
O acesso a informações verdadeiras e de boa qualidade é muito restrito, mesmo na era digital da qual nos encontramos.
O conhecimento científico torna-se defasado por tal ignorância, e pela própria rejeição da sociedade.
Por exemplo a descoberta de uma nova partícula, responsável pela massa de outras partículas, e por isso chamada de "partícula de Deus" acaba por ser encarado como ato ateísta, e erroneamente relacionado a um outro experimento realizado para promover uma simulação do "BIG BANG" no mesmo colisor de partículas, o LHC.
A produção de alimentos geneticamente modificados, traz dúvidas quanto a qualidade  e os efeitos que os mesmos podem proporcionar ao nosso organismo.
A religião acaba por ser vista como um dos maiores empecilhos para a ciência, por conta de seu conservadorismo, entretanto, o problema real esta no esclarecimento e a disposição para conciliar em um mesmo quebra cabeças duas peças distintas.
Enfim a ciência muda conceitos e traz as soluções que necessitamos para a viver em um mundo em constante transformação.
Encará-la como aliada é o primeiro passo para o esclarecimento, e advertir-se quanto seus métodos é essencial para a ética e cidadania.


domingo, 23 de dezembro de 2012

Da bioquímica do amor.


Quem nunca se embriagou de paixão?
Como definir essa loucura de sentimentos e fixação?
Em síntese a paixão não possui um conceito simples, uma vez que não existe apenas um, mas vários sentimentos envolvidos no caso.
De onde vem a celebre frase da “química” entre duas pessoas?
A atração física, o respeito, a admiração, todos desencadeiam funções bioquímicas.
Sim, por trás de algo singelo e poético, existe uma explicação científica.
Uma relação hormonal promove essa mescla de sentimentos e ilusão, que mais tarde poderá se desenvolver em algo mais sólido e concreto.
O amor.
Diversas substâncias atuam nas funções do organismo do apaixonado, provocando sintomas como aumento da pressão arterial, aceleração no batimento cardíaco, perda do apetite...
Um dos principais hormônios responsáveis pela produção de emoções que causam esses sintomas é a dopamina, conhecida como hormônio da alegria. Ela é produzida por células cerebrais, e atua no cérebro para enviar informações ao coração.
O hormônio feniletilamina, conhecido como hormônio antidepressivo, e hormônio da paixão, é um dos ingredientes do chocolate. Por isso a importância do chocolate para mulheres durante a tensão pré menstrual, por exemplo.
Encontrado em alta taxa no cérebro de pessoas apaixonadas, ele contribui para o aumento da produção de dopamina.
A feniletilamina também esta relacionada à memória do indivíduo apaixonado.
A ocitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo (glândula endócrina cerebral) intimamente relacionado ao trabalho de parto, e também a amamentação. Especialistas afirmam também sua relação com o sentimento de prazer e segurança, sendo ela também considerada um hormônio do amor.
Outros hormônios e substâncias estão relacionados direta ou indiretamente a esse estado do indivíduo, como o nível mais baixo de serotonina, hormônio produzido no cérebro e que entre suas funções, esta a regulação do apetite e do sono.
Sem dúvida paixão e amor são demasiadamente abstratos se analisados por fora de todos esses processos que ocorrem no organismo.
Há de se entender que somos uma resposta interna, de tudo que captamos do ambiente externo.
Uma rede nervosa e hormonal que recebe estímulos e os transforma em sentimentos, sensações, e reações.





sábado, 22 de dezembro de 2012

Do uso correto da razão, da decadência intelectual e a Idiocracia

Segundo Immanuel Kant, filósofo prussiano que viveu no século XVIII, o esclarecimento é “a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado”. Com menoridade Kant se referia ao princípio de que todos os homens ficam cômodos ao não darem importância aos assuntos de estudo, negócios desagradáveis que, por preguiça, não são relevantes. Em conta disto, quando necessário uma ação referente ao assunto relacionado, tais homens estariam dispostos a gastar bens com profissionais, pois de nada entendem sobre tal coisa. Os homens são incapazes de viver desta maneira sem o auxílio dos outros.
Immanuel Kant (1724-1804)

Kant diz que o caminho para a “maioridade” é muito complexo, principalmente em conta do apego do ser com seu estado inferior. Assim, poucos conseguem se desvencilhar desse caminho e seguir seguramente no estágio superior. Esse caminho é o chamado esclarecimento, e eis que entra o uso da razão. Vê-se, portanto que o conceito de autonomia está diretamente vinculado à capacidade de autodeterminação a que todo sujeito racional é capaz. Ou seja, ser senhor dos seus atos, de suas ações, de si mesmo, de não ser determinado por nenhum interesse externo à sua vontade enquanto pensar e agir de modo autônomo. Portanto, ser livre para Kant, é permitir ser governado pela razão.

Baseado nisso, uma das teorias conspiracionistas que mais chama a atenção quando o assunto é intelectualidade global é a da idiocracia programada. Segundo sua premissa, o quarto poder (a mídia) e o sistema do estado influenciam as pessoas a involuir, de maneira que a comunidade fica cada dia mais "burra". Isso se dá pelo princípio da alienação, e estaríamos todos a mercê dessa revolução de nível planetário. Isso funciona como uma maneira de esconder os fatos relevantes através da imagem de fatos sem informação, sem conteúdo. Um exemplo bem claro disso aconteceu a semanas atrás, enquanto o julgamento do mensalão acontecia, a massa se preocupou em saber o que aconteceria na novela das oito. E enquanto o povo brasileiro vota para gerar alguns milhões de reais em prol do "solidário" Criança Esperança, a emissora fatura quase quatro vezes mais do que isso somente em um paredão do reality Big Brother Brasil. Dessa forma, a população fica sempre desinstruída, sem rumo, modelada da maneira que os manipuladores quiserem.

Sob esse fato, em 2006 foi feito um filme chamado Idiocracia. Trata-se de uma sátira social em que os protagonistas hibernam por 500 anos e acordam em uma sociedade muito menos intelectual. Ta aí a dica, vale a pena assistir e tirar conclusões próprias sobre o assunto.


Por mais radical que possa parecer a teoria, seus princípios são bem baseados no que encontramos na atualidade. Porém, existe uma boa parcela de pessoas que se fazem prestativas quanto a educação e ensino, um ser esclarecido, que tem seus próprios pensamentos e é capaz de desenvolver um senso crítico acerca das leis humanas, e o faz com alento. Kant valorizava esse ser, e o definiu como um sujeito que faz o correto uso da razão, o ser que vive na maioridade.

Olá, galera! Eu sou Paulo Gimenez, ex-aluno e amigo do Flávio e novo moderador deste blog bacana. Este foi o meu primeiro post oficial, e gostaria de dar créditos ao meu amigo e colega Lucas Oliveira, que contribuiu no texto. A partir de agora espero continuar postando sobre assuntos relacionados a fatos científicos e que sejam, no mínimo, curiosos. Até a próxima!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Do futuro e da capacidade de prevê-lo.


É possível prever o futuro?
Existe um destino traçado para a vida das pessoas?
A astrologia é tida como uma crença, possuindo registros desde o terceiro milênio A.C. que relaciona a posição dos astros como fator determinante da personalidade de um indivíduo, bem como da orientação do seu próprio futuro.
É a partir dela que é trabalhado o horóscopo natal, baseando-se na época do ano em que a pessoa nasce, e os eventos astronômicos como a posição dos planetas e do sol referentes a mesma.
Apesar de sua importância nas diferentes culturas, a astrologia é hoje considerada uma pseudociência, por não possuir uma base de fundamentos sólidos para justificar seus métodos.
Na verdade, à medida que o conhecimento se expande com o avanço científico muita coisa perde o valor e significado que um dia teve, adquirindo assim um caráter apenas histórico e mitológico.
Com os trabalhos realizados pelo monge pesquisador Gregor Mendel no século XIX, e que tiveram reconhecimento apenas anos mais tarde após a sua morte, com descobertas como a do DNA, essa questão foi de certa forma desmascarada (ainda mais), considerando que a partir daí, as características de um indivíduo, como a personalidade, são influenciadas pela genética, e fatores externos, como o ambiente social que a pessoa integra. A física também traz suas objeções a astrologia, mostrando com o tempo, que certos fatores astronômicos não possuem um padrão, ou organização tão concreta.
A civilização Maia até certo ponto de sua existência utilizou um calendário conhecido como calendário de contagem longa mesoamericano,  onde terminava sua contagem em um ponto correspondente ao ano de 2012, em nosso calendário ocidental contemporâneo, compreendendo assim, que 2012 ocorreria o fechamento de um ciclo de 5.125 anos. 
A partir dai, teorias relativas a eventos cataclismáticos e transformadores foram levantadas, relacionando um alinhamento planetário nessa época, bem como inversão dos polos magnéticos da Terra, e outros fatores.
Existem também ideias relativas ao começo de uma nova era, de transformação espiritual, e consciência.
Muito embora a civilização Maia possuísse um conhecimento astronômico bastante avançado, não havia uma base concreta para tal afirmação, se não simples observações e deduções sem muita coerência científica.
É fato que o planeta Terra já passou por inúmeras transformações, o que levou a ocorrência de eventos que provocaram cinco principais extinções em massa, cada qual em um período específico da história do planeta.
A extinção é considerada um evento natural (com exceção da extinção induzida pelo ser humano) pois essa determina a seleção dos seres vivos mais aptos a sobrevivência, e assim, é a chave mestra para o processo evolutivo. Dessa forma, ela abre nichos para o surgimento e expansão de novas espécies, restabelecendo o equilíbrio no planeta.
Por exemplo, peguemos a 65 milhões de anos atrás, no período Cretáceo, a famosa extinção de répteis dominantes na Terra, provocada possivelmente pelo impacto catastrófico de um asteroide, o que abriu espaço para a evolução de grupos menores de seres vivos, tais como mamíferos, peixes, e outros que de alguma maneira sobreviveram e se expandiram no que restou do planeta.
Analisando a história, e a natureza temos a certeza de que outras transformações ainda estão por vir em nosso sistema, sejam elas aceleradas pela audácia humana, ou lentas e naturais. 
Muito embora existam registros de um super aquecimento do planeta, da falta de recursos indispensáveis para a vida, como a água, é cedo para afirmar o pouco (ou muito) tempo que ainda resta para que tais transformações cheguem a seu limite de tempo.
Com o embasamento científico de hoje, sabe-se que dificilmente uma profecia do fim do mundo teria um valor real, entretanto, cabe a humanidade repensar o modo como atua e interfere nos processos que a  natureza determina.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

De um conto sobre o Rock.


Aproveitando o dia que postarei a música da semana, deixo aqui um conto sobre um dos estilos musicais mais influentes.
Nem toda história possui um final feliz.
Isso é característico de contos infantis, onde a magia e a fantasia são trabalhadas para construir a fé e a esperança. Essa história não é um conto de princesas que são salvas por príncipes, ou cavaleiros que despertam belas adormecidas.
Eram meados da década de 1940 e o velho Blues, assolado pelas transformações que vinham a ocorrer em sua época estava cansado.
Apresentava freqüentes acessos de raiva e loucura, seus amigos Jaz, Folk e Música clássica tentavam reconfortá-lo, mas sem sucesso.
Seu país havia ganho a guerra, mas ele Sabia que outra já estava por vir.  Conhecia as tendências da espécie humana, sabia que formas distintas de governar o mundo gerariam disputas desenfreadas, rivalidades, pois onde existia ganância jamais existiria paz.
Foi a aproximação com uma jovem dançante, que trouxe de volta para Blues a esperança perdida.
Seu nome era Country, e os dois eram separados pela diferença de estilo. Mas era época de mudanças, e a distinção se transformara no próprio encanto, que logo evoluiria para paixão.
Da união entre Blues e Country, nascia um belo garoto que viria a conquistar o mundo e as gerações. Seu nome era Rock.
Em conseqüência do tempo, Rock crescia e a sua rebeldia crescia junto de si.
Rebeldia e estilo, que a princípio não eram muito aceitas no meio em que foi criado.
Com grande influência de Blues, Rock tornara-se idealista, fez publicidade e percorreu o mundo oferecendo seus produtos.
Divulgou produtos como a revolução, que poderia mudar o rumo que as coisas tomavam.
Sua maleabilidade contribuía para que adaptasse facilmente os produtos a ideais de vida e costumes de uma geração. Oferecia a anarquia como solução para grupos onde a indignação e revolta contra o sistema predominavam. Oferecia a liberdade, como o produto ideal da paz.
Mais tarde, Rock seria taxado como uma influência para o consumo de drogas e as pessoas relacionariam seu estilo de vida com palavras fortes e impactantes. Sexo, drogas e rock n’ roll.
Ao longo dos anos, conheceu diversas culturas, cada qual com uma bandeira, uma maneira de enxergar o mundo e, com isso acabou por tornar sua maneira de ser muito diversificada, criando várias personalidades de acordo com o contexto dos variados grupos com as quais trabalhava.
Alguns obscuros em demasia, o que fazia com que Rock divulgasse produtos como a morte e o medo.
Sua identidade passou a ser comparada ao satanismo e Rock começou a divulgar um outro produto. A depressão.
Com o tempo, Rock foi perdendo seu brilho, talvez por deixar de procurar o produto certo a oferecer, ou talvez por não mais encontrar ideais dignos a serem cortejados por seus formidáveis produtos.
Talvez ele apenas esteja adequado a bandeira contemporânea, pobre em perspectivas e pouco utópica. Talvez ele esteja morrendo lentamente por desgosto.
Talvez tenha apenas adormecido, para recompor suas energias, a espera de um momento   propício para voltar a viver.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Do grande silêncio e da vida extraterrena.


Você certamente já ouviu falar de pique-esconde, não? Trata-se de uma brincadeira em que o objetivo do perseguidor é encontrar os colegas, que por sua vez precisam se esconder. Em 1950, Enrico Fermi cansou de brincar.
O físico italiano estava conversando com alguns colegas e o assunto era sobre se estamos sozinhos ou não no universo, e onde estariam os "outros" que nunca apareceram? Fermi era um exímio estudioso, muito bom em deduções e extimativas. A partir de figuras e equações, começou a perceber que a ideia de que houvesse vida além do planeta azul fosse possível, seja na atualidade ou em algum tempo remoto no passado. Poderiam eles sempre terem existido, mas estão em uma espécie de brincadeira com a civilização terrestre? Caso existam, por que ainda não deram as caras?
A partir do paradoxo de Fermi, também conhecido como o Grande Silêncio, vários estudiosos começaram a procurar pistas e formular hipóteses sobre a existência de extraterrestres. O norte-americano Dr. Frank Drake é um grande exemplo desse progresso no ramo da astronomia. Drake passou a estudar sobre a possibilidade da existência de uma outra civilização no nosso sistema galáctico, baseado em valores de grandezas físicas e empíricas fundamentadas na condição de vida. Segundo a equação de Drake, não só estaríamos sós em nossa galáxia, mas como em todo o universo, confirmando hipóteses de raridade biológica. Contudo, a equação considera apenas sobre condições do conceito de vida que são impostas aos seres vivos do planeta Terra. O princípio não considera que uma forma viva possa sobreviver em ambientes inóspitos, como os demais planetas e corpos celestes da Via Láctea.
Existem também ufólogos e astrobiólogos que buscam evidências de aparições de seres e objetos vindos de outro lugar do cosmo. Casos como os reportados por vários leigos são relatados todos os anos, e isso intriga mais e mais ainda a busca por ETs. Porém, ainda não foram constatados nenhuma forma de contato.
Há ainda hipóteses bastante baseadas no ser humano. Este possui uma delimitação do universo, o seu visível. Por tanto, um ser de outro planeta além do universo visível pode ter uma condição até mesmo inferior a nossa, ou possua uma racionalidade muito superior, porém estuda o caso no seu planeta, como se fossemos seres de um zoológico. Estes são exemplos dentre inúmeras teorias que podem até parecer absurdas, porém cada uma possui seus fundamentos teóricos.
O fato é que Fermi observou que o universo é demasiado extenso para existir apenas uma civilização, e tal caso fascina vários estudiosos do mundo inteiro, que ainda não desistiram de brincar de pique-esconde com nossos supostos vizinhos interplanetários/galácticos.

Esse post foi contribuição do meu amigo, Paulo Gimenez, estudante de agronomia e fascinado por astronomia.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Da fé, e de seus conceitos.

Sob uma concepção relativista e simples, a fé é a necessidade de se acreditar em algo. Uma base de sustentação, um ponto de apoio.
Acreditar em um Deus onipotente e onipresente, é uma maneira de tornar a vida tolerável.
Questionar a existência de Deus, faz aprofundar-se em um mundo de dúvidas e incertezas.
A religião traz as respostas e concepções que a humanidade quer ter.
A existência da vida após a morte, ou possibilidade de reencarnação, a crença em um lugar onde se pague pelos erros cometidos, surtem como maneira de moralizar a sociedade, mantendo assim um equilíbrio nas ações quanto as causas e consequências das mesmas.
Mas até que ponto a religião é boa?
Não seria ela corrompida, pelo fato de a própria humanidade ser corrompida?
Analisando a história das diversas religiões, encontra-se um período obscuro e sangrento provocado pelo radicalismo que caracteriza a nossa própria espécie.
Um exemplo clássico é a igreja católica medieval (período da inquisição).
Desse radicalismo religioso, nasce um outro extremo tão radical e violento quanto. A anti-religião.
Seria a fé e a espiritualidade dependentes de sistemas de imposição e intolerância?
Existe um elo entre ciência e religião?
A ciência pode voltar os olhos ao mesmo Deus imposto na sociedade?
Cultivar a crença em Deus pode mudar o rumo do racionalismo científico, assim como também pode auxiliar na busca pela compreensão da fé, e da conciliação entre dois lados muito distintos.
O conceito de Deus e o dogmatismo variam em meio a diferentes contextos e culturas mas uma essência é conservada.
Talvez seja errôneo trabalhar a concepção de um Deus justo e misericordioso, pois isso daria margem a levantar questões sociais e naturais, de um mundo governado e corrompido pelo homem.
Talvez Deus seja um equilíbrio no sistema de leis que regem o universo.
Talvez tal questão jamais será acessível de maneira absoluta, para a capacidade de compreensão humana.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Do primeiro conto do blog.

Era o ano de tanto faz, isso não vem ao caso quando a história se passou.
A personagem central do contexto é uma garotinha de 12 anos. Seu nome era Diversidade.
Na escola, Diversidade não era muito aceita. Sofria bullying (que na época era chamado de outra coisa), e até mesmo os professores tinham certo receio da pobre menina.
Na rua, seus vizinhos e "colegas" achavam que ela não deveria se expor muito.
Seus pais, o senhor Radical e a madame Discórdia lhe deram uma educação muito rígida e por mais que desejasse, ela não conseguia deixar de ser aquilo que eles queriam que ela fosse.
A razão do caos, o berçário do preconceito e da intolerância.
Por onde passava sentia-se vigiada por pessoas que sabia que não queriam o bem dela.
A Incompreensão e a Desconfiança.
Na casa da frente moravam três simpáticos irmãos.
O senhor Respeito, a senhora Ponderada, e a mais nova e curiosa. A doce Cultura.
Cultura era da mesma idade de diversidade mas ambas foram criadas com uma base muito distinta.
Cultura era uma mescla de valores e costumes muito bem trabalhados por Respeito e suavemente justificados por Ponderada.
Sua Mãe, dona Ética Moral (ela preferia ser chamada por nome e sobrenome) já falecida, ensinou cultura até onde pode, junto dos também falecidos esposo e irmã senhor Princípio e dona Dignidade.
Os pais de cultura assim como sua tia, viveram muito e também lutaram muito para fazer desse mundo, um lugar melhor.
Cansada de muita coisa Dignidade se entregou, o que deixou Ética Moral e Princípio muito doentes de desesperança.
Quando se foram restou a Respeito e Ponderada, espelharem em Cultura as suas maiores virtudes.
E assim, baseada em valores, costumes e conceitos deixados por Ética Moral, Princípio e Dignidade, crescia Cultura.
Cultura e Diversidade nunca se entenderam muito bem.
As famílias eram muito diferentes, Cultura jamais compreendera Diversidade, e Diversidade, mesmo que sem intenção, acabava sempre magoando,de alguma forma Cultura.
Embora sua tia bastarda, a Tolerância, também houvesse participado muito de sua educação dando-lhe conselhos e ensinamentos valiosos, Cultura não entendia em que a Diversidade queria transformar aquele mundo.Não que ela fosse contra a diferença, pois Respeito e Ponderada sempre lhe cobraram o que sua tia Tolerância ensinava. Mas não concordava com a forma que as coisas eram colocadas por Diversidade.
Certa vez, Respeito e Radical se desentenderam. Não que eles se entendessem antes disso, mas a coisa tinha sido feia. Respeito manteve a classe, mas Radical foi logo impondo tudo o que pensava e da forma que queria. Queria acabar com tradições, queria arruinar tudo aquilo não entrava em sua medíocre e fechada cabeça.
Ponderada tentou intervir, mas Discórdia como sempre, continuou a plantar a semente da dúvida, a planta especial de seu jardim.
Os quatro foram detidos,  Respeito e Ponderada foram logo liberados por seus exemplares comportamentos durante o julgamento. Radical e Discórdia, foram condenados a cumprir pena em regime fechado por causarem tumulto e indignação.
Um problema restou. E Diversidade? Uma criança não poderia cuidar de si própria e não havia parentes aptos a dar-lhe uma educação de qualidade.
Respeito e ponderada, resolveram então que Diversidade ficaria com eles. De início foi estranho, e talvez até constrangedor, mas Diversidade, tinha o senhor Tempo, como melhor professor, e esse, todos os dias, todas as horas, minutos e segundos ajudava Diversidade progredir.
Cultura reconheceu um progresso rápido e preciso em sua nova amiga, e as duas foram se aproximando cada vez mais.
Hoje vivem juntas. Cultura e diversidade. Dividem os mesmos valores e conceitos, ensinados por Respeito e Ponderada. Valores e conceitos deixados por Ética Moral, Principio, e Dignidade.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Da influência que sofremos.

Existe autenticidade humana?
O que se tem de mais puro e original, é o código genético. Ele quem promove a distinção, a separação, e a menos no caso de clones naturais (ou artificiais), não existe mais uma só maneira, onde possam ocorrer pessoas geneticamente idênticas.
A espécie humana possui cerca de 27 mil genes, que codificam a maioria das proteínas do organismo, e que variam em termos de caracteres e expressão, entre as pessoas de diferentes classes, etnias, culturas...
Mas, até que ponto isso afeta a evolução dos gostos, opções e maneira de enxergar o mundo?
Existe genética também para as características ligadas a personalidade?
Sim, existe uma tendência genética ligada a personalidade, que pode definir o seu gênio e indiretamente, determinar o seu estilo e maneira de ser.
Entretanto, enquanto tendência isso pode ou não se desenvolver.
O que vale, é a influência externa que a pessoa recebe.
Existem dois conceitos básicos, trabalhados em genética. Genótipo e fenótipo.
Genótipo esta ligado a expressão gênica. As características geneticamente formadas em um indivíduo.
Fenótipo esta ligado a influência externa, no desenvolvimento das características de um indivíduo.
Algumas características gênicas, evidentemente sofrem influências do meio, como a tendência do desenvolvimento da estatura, que é afetada éla quantidade de hormônio do crescimento, produzido pela glândula hipófise, mas também pela alimentação, e prática de certos exercícios físicos. Ou a cor da pele, que é geneticamente influenciada pela quantidade de melanina, mas também pelo contato com radiação de alta intensidade, que induz a produção dessa proteína, para proteção.
Assim, características ligadas a personalidade, também sofrem influência do ambiente externo, seja esse o meio social que a pessoa integra, ambiente familiar, religião, cultura...
O desenvolvimento dos gostos, atitudes, estão ligadas ao gênio e caráter, mas também ao incentivo dos amigos, restrição religiosa, ou familiar, sociedade...
Uma pessoa não nasce gostando de matemática, ou de artes, mas o seu gênio detalhista, perfeccionista, analítico , pode aproximá-lo dessas áreas, se houver o incentivo adequado por parte da escola, e família.
Uma pessoa não nasce com opção sexual, e estilo definidos. Mas os fatores genéticos e sociais contribuem para o desenvolvimento dessas características.
Há alguns posts atrás (de concepções e divergências parte 2), discuti o termo memética, com meu amigo Paulo. A difusão de ideias e concepções ao longo do tempo contribuem para uma nova concepção de mundo, entre várias outras que existem e são aderidas pela própria influência e adaptação que sofrem.
Talvez o termo autenticidade não se encaixe perfeitamente ao perfil da espécie humana, por essa ser feita de influências.
Ou talvez as próprias influências contribuam para
a distinção das pessoas.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Da evolução humana, e do seu hábito alimentar.

Em relação ao processo de evolução humana, nos distinguimos dos mais antigos aos nossos mais recentes ancestrais, principalmente em um fator: O tamanho e formato da caixa craniana.
Isso leva a conclusão de um aumento gradativo do cérebro, chegando ao que a espécie Homo sapiens é hoje. Um ser pensante.
O aumento do cérebro teoricamente trouxe o desenvolvimento direto e indireto de certas estruturas e habilidades. Com a evolução da caixa craniana, fez-se necessário uma coluna cada vez mais ereta que comportasse um crânio maior e de formato adequado para possibilitar uma melhor observação do meio (certos crânios não seriam compatíveis a uma coluna encurvada, devido a posição dos olhos, por exemplo).
Veio assim, a capacidade do andar "bípede" (andar sobre duas patas), que gerou uma maior agilidade e precisão no deslocamento, manuseio de alimentos e, mais tarde, contribuiu para a criação e manutenção de ferramentas.
Em torno dessa discussão levanto a temática central, a partir de que momento a carne passou a ser uma fonte alimentar "essencial" para a evolução da espécie humana?
Algumas pesquisas apontam que a evolução do cérebro foi diretamente proporcional a evolução do hábito alimentar, com a obtenção de proteínas da carne que permitiram assim, o seu aumento de tamanho.
Mas, seria isso compatível com  a verdade, ou apenas um mito criado para conservar esse hábito, levando em consideração a evolução do cérebro de outros mamíferos e animais carnívoros?
E outros alimentos que também contribuem para desenvolvimento da  memória e do raciocínio, como frutas vermelhas, folhas verdes (rúcula, agrião, espinafre)?
Nos dias de hoje, o hábito de comer carne ainda pode ser visto como uma necessidade?
A presença de caninos (já evolutivamente pouco desenvolvidos) ainda explica a necessidade da carne para a espécie humana?
Não sou vegano, nem mesmo vegetariano, entretanto esses são dois estilos de vida que muito me chamam a atenção.
Em opinião, acredito que a prática em alimentar-se de carne deixou hoje de ser uma necessidade vital e tornou-se algo cultural. Talvez nunca tenha sido parte da necessidade, embora eu acredite que o hábito tenha contribuído de alguma maneira para o aperfeiçoamento da  própria capacidade racional ao longo do processo evolutivo, com a necessidade do desenvolvimento de técnicas e estratégias de caça.
Hoje a espécie humana encontra-se no grande dilema entre a necessidade de uma alimentação saudável e a tendência a uma alimentação prazerosa, mas com consequências drásticas.
A coisa pode ir muito alem da questão de alimentação saudável e passa a ter também um enfoque ético.
A expansão e crescimento incessante da criação de animais para o abatimento,acaba por tomar uma face cruel, no ponto da moral e princípios humanos.
Tomo base também para a época natalina, regada de esperança e peru assado, pernil de porco e carneiro ao molho.
Além de tudo vem a prática pecuária, ocupando cada vez mais o espaço que era antes de nossas queridas, e fundamentais florestas.
O desenvolvimento acelerado é diretamente dependente desse hábito e estilo de vida?
Diminuir a importância da carne no cardápio brasileiro afetaria impiedosamente o desenvolvimento da região norte do país?
E quanto ao radicalismo vegano? Até que ponto deve ser considerado?
Fica a dúvida e reflexão sobre um tema inconclusivo.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Da viajem literal.

Parada a mente voa,
sem sair do seu lugar.

Bem distante,
percorre quilômetros,
faz do mundo um olhar.

Pelo horizonte,
a fantasia ecoa,
e a magia faz voar.

Voa longe,
alcança a alma,
sem a pressa de voltar.

Da desilusão.

Pensei em dedicar um dia na semana também para poesias. Poderia este chamar-se "sexta poética", mas percebi que estaria padronizando demais o blog...
Fica aqui, uma poesia sobre desilusão que escrevi tempos atras.

Vento do horizonte,
que levas a pureza,
a inocência que brilhou,
onde um dia acreditei.

Mas leva para onde,
para longe com certeza,
isso é só o que restou,
Daquilo tudo que sonhei.

Sem asas agora fico,
já não posso mais voar,
mas por um dia meu amigo,
eu tentei acreditar.

Já pensei na felicidade,
como algo mais profundo,
desconhecia a gravidade,
flutuava sobre o mundo.

Hoje tenho a realidade,
já não posso mais voar,
mas por um dia meu amigo,
eu quis acreditar.